Promotora de Justiça acompanha primeiro júri federalizado

Dois dos cinco reus acusados de envolvimento no caso do advogado Manoel Mattos, assassinado na praia de Pitimbu, na Paraíba, em janeiro de 2009, foram condenados ontem, durante júri popular realizado na sede da Justiça Federal, no Recife. Mattos era membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PE, conhecido por sua atuação contra grupos de extermínio na divisa entre Paraíba e Pernambuco. Sua morte teve repercussão internacional.

A Promotora de Justiça Rosemary Souto Maior acompanhou o júri, dando suporte ao Ministério Público Federal. Rosemary, que na época atuava em Itambé, acompanhou a história desde o início e trabalhou junto aos Procuradores da República no caso. Segundo ela, o processo é muito complexo e paradigmático. O julgamento, que a princípio seria realizado na capital da Paraíba, foi transferido, de forma inédita, da esfera estadual para a federal, o que ficou permitido pela Emenda Constitucional 45/2004.

“O resultado não foi o esperado, mas de qualquer forma foi uma vitória. Todo o trabalho que foi feito pelo MPF foi muito bem feito e digno de reconhecimento”, comentou a Promotora. O juri teve início na terça-feira (13), com o interrogatório dos réus, e foi retomado ontem, com a exposição da acusação e da defesa, seguido de réplica e tréplica. O MPF recorreu das decisões.

Segundo a Rosemary, a experiência foi bastante importante, inclusive porque o caso do assassinato do Promotor de Justiça Thiago Faria, ocorrido em outubro de 2013, no Agreste Pernambucano, seguirá os mesmos moldes, com a federalização das investigações.