AMPPE participa de evento em alusão aos 40 anos do primeiro ato público a favor das Diretas Já
Na manhã desta sexta-feira, dia 31 de março, no Memorial da Democracia, na Estrada do Arraial, em Casa Amarela, o Ministério Público de Pernambuco, o Governo do Estado, a Alepe, a OAB/PE, a Unicap e o Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico pernambucano realizaram evento comemorativo em alusão aos 40 anos do primeiro ato público a favor do restabelecimento das eleições diretas para presidente do Brasil. A AMPPE prestigiou o evento, sendo representada pela presidente da instituição, Deluse Amaral, e por diversos associados e associadas.
Para Deluse, “é importante celebrar e rememorar a história de resistência do nosso Estado, principalmente tratando-se de uma luta pelo reestabelecimento da democracia, como foi o ato realizado em Abreu e Lima, centelha inicial dos movimentos pelas Diretas Já. Compete a nossa geração e as que se seguem fomentar uma cultura de valorização de ideias democráticos”.
O promotor de Justiça e coordenador do Núcleo de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do Ministério Público de Pernambuco (NPHAC-MPPE), José Soares, explica como se deu o ato pioneiro pelas Diretas Já no Brasil: “em 31 de março de 1983, enquanto militares desfilavam pelas ruas do recém-criado município de Abreu e Lima, quatro vereadores realizaram aquele que ficou conhecido como o primeiro ato público a favor do restabelecimento das eleições diretas para presidente do Brasil. O ato foi pioneiro e representou uma faísca que incendiou o Brasil nos meses subsequentes. Jogar luzes neste fato histórico, mais do que nunca, está na ordem do dia. A redemocratização do país significou o restabelecimento do Estado de Direto, cujo ápice foi alcançado com a promulgação da Carta Cidadã de 1988”.
O procurador de Justiça e nosso associado, Aguinaldo Fenelon esteve presente no ato que nesta sexta-feira completa 40 anos e falou da surpresa em relembrar este fato. “Fui tomado de surpresa quando recebi uma ligação de Dra. Janaina Sacramento e posteriormente de um representante da ALEPE dizendo que tinham conhecimento, através de um documento, que eu havia participado do primeiro ato das Diretas Já, há 40 anos, em Pernambuco. Eu realmente me lembrei que tinha participado, que estava lá com algumas lideranças políticas, vereadores. Eu tinha 20 e poucos anos de idade e nos reuníamos para discutir a realização de um ato para lutar pelas eleições diretas. Lembro que não tinha muita gente, mas tinha gente e o importante era dizermos a sociedade que a chama viva da democracia não poderia se apagar. Era o retorno da democracia o que nós buscávamos. Estávamos em pleno regime ditatorial, que não aceitava eleições para presidente da República e a perseguição era muito grande. De lá para cá continuamos firme defendendo a democracia e o Estado Democrático de Direito, até porque o Ministério Público carrega a bandeira da Democracia. Continuo na mesma linha de pensamento até hoje e fico contente por integrar uma instituição que compartilha dos mesmos valores e ideais democráticos que eu defendia há 40 anos, na minha época de estudante”, pontua Fenelon.
AMPPE participa de evento em alusão aos 40 anos do primeiro ato público a favor das Diretas Já